Crítica do filme A Filha do Rei Marsh (2023)

0
40

Um dia, quando o pai dela está fora, um homem chega de moto com um celular fora de alcance. Ele está perdido no pântano. É chocante para nós perceber que esta história estava acontecendo perto dos dias atuais porque a família está tão distante da rede que suas vidas não seriam diferentes há 50 ou 75 anos. É chocante para Helena, que não tem noção de nenhuma outra parte do mundo. E é chocante quando sua mãe sai correndo para subir na motocicleta, desesperada para escapar. Helena se recusa a ir e, finalmente, sua mãe a nocauteia para que eles possam fugir.

Quando ela acorda, eles estão em uma cidade com a polícia. A mãe de Helena foi sequestrada pelo pai e a motocicleta foi sua primeira oportunidade de fugir. Helena, a princípio, se recusa a acreditar que seu pai possa ter feito algo errado. Mas assim que ele é capturado e preso, ela começa a entender o que ele fez.

Em seguida, veremos Helena adulta (Ridley) 20 anos depois. Ela tem um casamento feliz e uma mãe dedicada. No livro, ela abre um negócio com conexão com o mundo de sua infância. Mas o filme enfatiza a sua ruptura com o passado, colocando-a o mais longe possível do pântano. Ela trabalha em um escritório grande, bem iluminado e de espaço aberto, digitando números em uma planilha em uma tela. Helena se fechou para seu passado e para qualquer pessoa que saiba de sua ligação com as manchetes sobre o sequestro de sua mãe e a prisão de seu pai. O marido dela (Garrett Hedlund) não tem ideia. Ela responde perguntas sobre sua família com mentiras vagas. Ela se recusa a ter qualquer contato com o padrasto (Birmingham, trazendo uma bem-vinda sensação de tranquilidade, firmeza, honra e um toque de humor).

E então, um dia, Helena chega em casa e encontra sua casa cheia de policiais. Jacob escapou. Ela poderá usar as lições de sobrevivência de seu pai para encontrá-lo? Será que ela conseguirá se libertar das outras lições dele, daquelas que os uniram?

Em uma das melhores cenas do filme, Helena começa a contar ao marido a verdade sobre sua infância. Mas então o resto do filme é uma perseguição previsível pelo pântano. Mendelsohn, uma das principais escolhas de Hollywood para bandidos, mostra-nos como a ameaça de Jacob se esconde sob o seu poder de sedução e como ele pode parecer gentil e implacável ao mesmo tempo. Ele diz à filha que se ela não atirar em um cervo, eles não comerão, e perfura sua pele para fazer uma tatuagem enquanto explica seu simbolismo. As cenas de Ridley com a filha de Helena são ternas e comoventes. Mas o ritmo do filme diminui, minando o senso de urgência que constitui um thriller.

Agora em exibição nos cinemas.

Fonte: www.rogerebert.com



Deixe uma resposta