Crítica do filme O Clube dos Milagres (2023)

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Lily (Smith) e Eileen (Bates) são amigas de longa data que moram em um subúrbio da classe trabalhadora de Dublin, composto na verdade por apenas alguns quarteirões. É uma comunidade fechada onde todos se conhecem, a fofoca reina e os ressentimentos duram gerações. Lily, Eileen e sua amiga muito mais jovem Dolly (Agnes O’Casey) se inscrevem para um concurso de talentos na paróquia local. O prêmio? Ingressos para Lourdes, o local de peregrinação na França, um lugar que as mulheres, todas fiéis e devotas (apesar dos ressentimentos), ansiavam por visitar. Cada mulher precisa de um milagre. Eileen descobriu um caroço no seio e não contou a ninguém. Ela também não foi ao médico. Seu marido (Stephen Rea) e um bando de crianças a mantêm ocupada, e Eileen está resignada em deixá-los. Lily não consegue superar a morte de seu filho Declan, que se afogou muitos anos antes. O filho mais novo de Dolly (Eric Smith) não consegue (ou não quer?) falar, e Dolly espera uma cura.

O ritmo deste pequeno bairro é estabelecido imediatamente e o tom é caloroso, convidativo e confortável. A cinematografia de John Conroy começa com impressionantes varreduras de verde irlandês e mar azul, os lindos penhascos e rochas, a Irlanda encarnada. Mas ele mostra igual cuidado com o pequeno bloco de casas e suas portas coloridas, a intimidade do ambiente. O design de produção de John Hand também é uma grande contribuição: as casas parecem vividas, realistas e não apresentadas de forma condescendente. É caseiro e real.

Naturalmente, Lily e Eileen têm segredos, os quais vêm à tona quando Chrissie (Linney) retorna à cidade, bem a tempo de assistir ao show de talentos. Ela está fora da cidade há décadas e, claramente, há muita água ruim debaixo da ponte. Eileen mal consegue olhar para ela; Lily vira o nariz para ela. Dolly não tem ideia do que está acontecendo e começa a gostar de Chrissie imediatamente. Antes que você perceba, por meio de reviravoltas, reviravoltas e coincidências, o quarteto parte para Lourdes, rezando por milagres pessoais, físicos e espirituais.

Fonte: www.rogerebert.com



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