Crítica do filme Se Estas Paredes Cantassem (2022)

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Em “If These Walls Could Sing”, McCartney chega mais perto de recontar a história de seu pai com o espaço. E, no entanto, o documentário, chegando ao Disney+, captura a alma e as melodias que emanam dos arredores do estúdio com uma facilidade cativante.

Infelizmente, seu filme fica aquém do exemplo dado pela incisiva lembrança de Greg ‘Freddy’ Camalier dos estúdios FAME em “Muscle Shoals”. Enquanto a visão de Camalier analisa cuidadosamente a mitologia, os escândalos e a música para oferecer um retrato completo do que tornou aquelas quatro paredes tão especiais, McCartney fica muito atolado em renderizar puramente uma recontagem de eventos impulsionada por uma jukebox.

Recebemos algumas notas biográficas sobre o Abbey Road: como foi fundado como estúdios da EMI, como George Martin se juntou à empresa e o que foi inicialmente gravado lá antes de se tornar o lar permanente dos Beatles. Mas McCartney logo faz a transição para seu pai, que fornece anedotas sobre as músicas gravadas lá e quais instrumentos contribuíram para essas composições. Embora se espere que McCartney olhe para suas raízes famosas, especialmente em uma história que é tão pessoal para ela – ela abre “If These Walls Could Sing” compartilhando uma foto sua de bebê na sala de controle do estúdio – o tempo alocado para um já um assunto bem abordado parece mal utilizado.

Especialmente quando a maioria dos aficionados por música provavelmente está profundamente interessada na história geral deste estúdio: o que torna o Abbey Road tão único? Por que tantos artistas escolheram esse ambiente para gravar algumas das melhores músicas pop de todos os tempos?

As respostas vêm aos trancos e barrancos. Conhecemos o técnico de longa data do estúdio, Lester Smith, um pivô intrigante nos acontecimentos do dia-a-dia do espaço, mas isso só torna a ausência de mais pessoas envolvidas com a manutenção de Abbey Road ainda mais gritante. John Williams também aparece para discutir a gravação das trilhas sonoras de “Indiana Jones” e “Star Wars” lá. Sua explicação sobre a reverberação única da sala, diferenciando este estúdio de todos os outros, é o mais próximo que chegamos de alguém que não está falando sobre estar no espaço durante algum evento famoso, mas absorvendo a área.

Fonte: www.rogerebert.com



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