A excelente cineasta Cynthia Hill (“Private Violence”) provavelmente presumiu que “Burden of Proof” seria um longa-metragem, mas a saga se estendeu por tantos anos que se transformou em uma série. Ela passou muito tempo ao longo de sete anos com Stephen Pandos, capturando em tempo real suas investigações sobre o desaparecimento de sua irmã. A primeira metade da série é muito processual de uma maneira fascinante, pois Stephen se encontra com especialistas, questiona investigadores e gira em torno da conclusão óbvia de que seus pais sabem mais do que afirmam.
Em fevereiro de 1987, Jennifer Pandos simplesmente desapareceu. Uma amiga se lembra de ter falado com ela ao telefone naquela noite e de ter ouvido seu pai, Ronald, gritando com ela para desligar. Stephen alega que Ronald tinha um temperamento violento, acusando-o de sufocar e bater em seus filhos. Na manhã seguinte, Jen se foi. Mãe Margie afirma que sua porta estava trancada e ela nunca mais foi vista. A família Pandos vivia em um condomínio fechado e seguro. Não havia sinais de arrombamento. Havia, no entanto, uma nota que só tornava o caso mais confuso. Dentro e fora da custódia policial, a nota afirma ser de alguém com Jennifer, alegando que ela está bem, pedindo dinheiro e citando a própria Jen. Fazia pouco sentido. E lançou ainda mais suspeitas sobre os pais.
Eles não ajudaram no caso deles. Stephen conversa com parentes que afirmam que os pais de Jen nunca falaram nada sobre o caso. A polícia acusa mamãe de não retornar as ligações, que poderiam ter sido sobre encontrar Jen (sugerindo que Margie sabia que ela não seria encontrada). Memória e realidade começam a se confundir. Em uma de suas passagens pela prisão, papai sugere que ele poderia mostrar a eles onde está o corpo dela. Mãe falha em um teste de detector de mentiras. Um exame de caligrafia não pode descartá-la como a autora do bilhete. Todos os sinais apontam para uma altercação violenta e um encobrimento. Pelo menos, como Hill apresenta, faz todo o sentido que Stephen chegue às conclusões que ele tira.
Fonte: www.rogerebert.com