Crítica e resumo do filme Monica (2023)

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Em vez dos grandes confrontos dramáticos que se poderia esperar de um filme como este, o roteiro está mais interessado em explorar as silenciosas verdades humanas que surgem da situação de maneiras que acabam tendo um impacto muito mais significativo. Aqui está um filme onde o grande clímax emocional vem na forma de uma pessoa esfregando as costas de outra, e mesmo que muito pouco diálogo seja falado durante essa cena, a visão da mão de uma pessoa amassando e acalmando ternamente a carne da outra compartilha tudo o que precisa ser dito naquele momento. Talvez haja uma seção em “Monica” que tropeça, em que ela sai uma noite para encontrar um homem da internet, e não sai como planejado. Não é necessariamente ruim, por si só, mas é a única parte do filme que é um tanto familiar.

Clarkson, como sempre, está bem forte como Eugenia. Ela faz um excelente trabalho retratando seu personagem passando pelas crueldades que muitas vezes acontecem no final da vida, gerando enorme simpatia e, ao mesmo tempo, sugerindo a mentalidade inabalável que causou aquela ruptura com seu filho anos antes. E Adriana Barraza é muito boa como cuidadora dedicada de Eugenia, que também faz amizade com Monica.

Mas a melhor atuação do filme – que transforma “Monica” de um drama bem feito em um espetáculo imperdível – vem de Lysette. Você pode tê-la visto antes em vários episódios de “Transparent” e também em “Hustlers”. Lysette está na frente e no centro aqui em uma parte que a torna o foco de praticamente todas as cenas e cobre quase toda a gama emocional. Não é um personagem fácil de interpretar, exigindo alguém que possa oferecer uma sensação convincente de isolamento pessoal, mesmo ao interagir ostensivamente com outras pessoas. Lysette faz isso lindamente – não há um momento falso em sua performance, e mesmo quando o filme a observa passando por tarefas ostensivamente mundanas, ela continua sendo uma presença dominante e convincente. Simplificando, esse ótimo trabalho me deixou instantaneamente ansioso para ver o que ela fará a seguir.

Embora eu preveja que o filme de Pallaoro sem dúvida ressoará em um nível mais profundo com os espectadores que reconhecem pessoalmente a experiência de Monica, qualquer um que adore um estudo de personagem robusto e bem contado apreciará este filme. Formalmente intrigante e genuinamente cativante, “Monica” evita os clichês usuais e contém muitas atuações adoráveis ​​e momentos graciosos. Mesmo os espectadores mais cansados ​​podem se surpreender com o quanto “Monica” os comove.

Agora em cartaz nos cinemas.

Fonte: www.rogerebert.com



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