Crítica e resumo do filme My Name Is Sara (2022)

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    Dirigido por Steven Oritt e escrito por David Himmelstein (roteirista de muitos dramas históricos aclamados, incluindo “Soul of the Game”), o filme se destaca por colocar o público na posição de sua heroína adolescente (Zuzanna Surowy), que está perdida e sozinha em terreno hostil, inventando coisas à medida que avança. A história começa com Sara e seu irmão mais velho se separando depois que ele diz a ela que ela tem uma chance melhor de sobreviver à guerra porque ele é mais identificável como judeu do que ela. Sua percepção é apenas parcialmente validada: a partir do momento em que Sara consegue trabalho como babá em uma fazenda na Ucrânia (que também está sob controle alemão), quase não se passa uma cena sem que alguém ponha em dúvida sua história ou olhe para ela de uma maneira que nos faz pensar que ela está sendo suspeita de mentir.

    Sara diz a seus anfitriões – o fazendeiro Pavlo (Eryk Lubos) e sua esposa, Nadya (Michalina Olszanska) – que está fugindo de uma situação doméstica ruim: sua mãe morreu, seu pai se casou novamente com uma mulher que a odeia e agora há um novo bebê. . Pavlo aceita essa história, mas Nadya acha que é suspeito. Durante grande parte do resto do filme, ela encara a heroína com punhais, não importa o que esteja acontecendo. Às vezes ela suspeita que Sara seja judia. Outras vezes ela parece pensar que a nova garota é uma vigarista que vai acabar seduzindo Pavlo. Pavlo está deprimido e ressentido. Os nazistas estão roubando-o às cegas, exigindo uma determinada quantidade de gado e grãos para alimentar suas tropas de ocupação. Ele também é um viúvo que perdeu sua primeira esposa e seu filho (presumivelmente na guerra, embora não tenhamos os detalhes), e há momentos em que ele olha para sua nova esposa como se percebesse que cometeu um erro terrível. Esta não é, para dizer o mínimo, uma grande situação, mesmo para um arranjo improvisado em tempo de guerra.

    Baseando-se na história real de Sara, o filme inventa situações em que Sara poderia ser descoberta a menos que manifestasse instintos ou gerasse conhecimentos que lhe permitissem “passar” (como ser capaz de fazer o sinal da cruz, alguns ela aprendeu com sua amigos cristãos). Tão hábil é o domínio do filme sobre técnicas subjetivas simples de filmagem que, quando Sara entra em uma igreja de cidade pequena, é como se estivéssemos seguindo um rato em um celeiro cheio de gatos. Às vezes, o filme vira o dedo do público, deixando-nos saber que um momento desconfortável está chegando muito antes de acontecer, como quando Sara diz a uma mulher durante uma viagem à vila local que ela vem de uma determinada cidade, e a mulher diz que Mal posso esperar para vê-la novamente na próxima semana para que ela possa conectá-la com alguém que a conhece desde que ela era uma garotinha.

    Fonte: www.rogerebert.com



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