Yates provoca: Ele abre seu filme em um documentário encenado em preto e branco, enquanto um impetuoso Pete Brenner (Chris Evans) explica seu choque e decepção por Liza tê-lo traído. Ela começa como uma mulher misteriosa, uma mãe improvável com educação GED que derrubou um império. Quando Yates muda do documentário em filme para o semificcional (“Pain Hustlers” é uma adaptação inspirada da obra de não-ficção de Evan Hughes A venda difícil), mundo da foto, Liza está morando no porão da irmã com a mãe (Catherine O’Hara). Durante o dia, ela leva sua filha rebelde Phoebe (Chloe Coleman) para a escola; à noite, ela trabalha como dançarina exótica em um clube de strip.
O roteiro congestionado de Wells Tower, uma obra de piadas picantes deixadas de lado, diz respeito ao desespero que Liza sente: Liza e Phoebe não apenas foram despejadas da garagem de sua irmã, mas Phoebe está lutando contra convulsões decorrentes de uma condição médica letal. A dupla se muda para um motel cujo ambiente barulhento e barulhento também traz potencial para episódios futuros. Liza precisa de uma pausa, rápido. Chega quando Pete aparece em seu clube de strip. Eles começam a conversar. Ele gosta da tenacidade dela; ela vê um cliente fácil. Impressionado, Pete oferece-lhe um emprego, prometendo-lhe seis dígitos em sua conta bancária antes do final do ano. Se isso parece bom demais para ser verdade, é. Pete trabalha para uma startup farmacêutica em dificuldades fundada por Jack Neel (Andy Garcia). Eles vendem fentanil, um medicamento que prometem não causar dependência e funcionar melhor e mais rápido do que o analgésico habitual fornecido a pacientes com câncer. Um mercado competitivo de outras empresas farmacêuticas, que impedem os médicos de prescrever os medicamentos da empresa, é a única razão pela qual ainda não decolaram. Mesmo assim, para Liza, trabalhar por encomenda é melhor do que nada.
Blunt é realmente a única razão para assistir “Pain Hustlers”. Ela apresenta um desempenho de jogo, mas decisões criativas inadequadas a prejudicam, como quadros congelados mal considerados e usos desnecessários de narração. Como personagem, Liza também é muito simplista. Por meio de sua coragem, ela consegue que um médico assine uma receita de fentanil (o médico recebe uma propina; a startup recebe o dinheiro adiantado; ela recebe uma porcentagem). Depois que ela consegue fisgar um médico, Liza e Peter pagam outros médicos para que passem a prescrever seus medicamentos. A empresa cresce rapidamente e Liza passa do motel para um condomínio chique em seis meses, com Phoebe frequentando uma escola preparatória cara. Os negócios vão tão bem que Liza não sócomprou um carro novo para a mãe dela, mas ela também lhe deu um emprego na startup. Liza tem sucesso por causa de sua dedicação: ela realmente acredita que está ajudando pessoas com dor e, de alguma forma, relaciona o sofrimento delas com as convulsões de sua filha. Blunt entende essa linha mestra, extraindo-a, mas nunca mostrando explicitamente essa tendência subjacente.
Fonte: www.rogerebert.com