Crítica e resumo do filme You People (2023)

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Hill interpreta Ezra Cohen, o co-apresentador de um podcast com um amigo negro chamado Mo (Sam Jay) sobre diferenças raciais. É um daqueles podcasts de “bate-papo sobre a vida/problemas”, mas mesmo aqui o roteiro de Barris e Hill soa errado desde o início. É como se eles nunca tivessem ouvido nenhum podcast com temas raciais, sobrescrevendo as cenas com diálogos estranhos que soam tão roteirizados (quando a ideia é que esses podcasts são conversas casuais e improvisadas). Também é uma configuração esfarrapada para o que está por vir. O filme parece ter que dizer: “Veja, esse cara tem um bom amigo negro. Não se preocupe com ele.

Quando ele acidentalmente entra no carro errado, pensando que é seu Uber, Ezra conhece Amira Mohammed (Lauren London) e os dois começam a namorar. Corta para seis meses depois, quando Ezra decide se casar com Amira e se prepara para pedir permissão aos pais dela, Akbar (Eddie Murphy) e Fátima (Nia Long). Akbar imediatamente avalia Ezra e decide que ele é a pessoa errada para sua filha. Ele então tenta quebrar Ezra, empurrando-o para incidentes de comédia destinados a fazê-lo falhar, seja colocando-o em uma quadra de basquete, vestindo a cor errada da gangue em uma barbearia ou até mesmo acompanhando sua viagem de despedida de solteiro. Murphy interpreta tudo insanamente correto, como se estivesse em um drama sobre divisões raciais. Sou totalmente a favor de não piscar para a câmera, mas tantos outros artistas neste filme fazem isso que começa a parecer que Murphy está em outro filme. É apenas uma das grandes questões tonais que escapam de Barris como diretor, que nunca descobriu que filme estava fazendo o suficiente para transmiti-lo ao elenco. Ninguém está na mesma página, criando uma estranha desconexão cômica de cena para cena e às vezes na mesma batida.

Claro, deve haver o outro lado da moeda em um filme como “You People”, e isso é representado pelos pais de Ezra, Shelley (Julia Louis-Dreyfus) e Arnold (David Duchovny). Duchovny geralmente fica em segundo plano com uma ou duas frases secas, enquanto Louis-Dreyfus interpreta o “outro pai problemático” para Amira. É certo que o ângulo aqui é interessante em relação ao comentário social, pois Shelley interpreta uma daquelas mulheres que vê a cultura negra em termos puramente superficiais. No final do filme, Amira afirma que Shelley a vê como um brinquedo novo, e gostaria que o filme tivesse a coragem de explorar mais essa ideia – como pessoas como Shelley podem ser fascinadas pela cultura negra, mas não de uma forma que procure entender. isto.

Fonte: www.rogerebert.com



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