O horror arrepiante de uma família dilacerada [Sundance]

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Na floresta, a filha Tala encontra um corpo sendo consumido por cigarras – insetos que, devo dizer, normalmente não têm fome de carne humana. O horror no rosto de Tala é rapidamente apagado pelo aparecimento de uma fada mítica. A bela e ornamentada fada tem uma profunda ligação espiritual com as cigarras: elas permitem que ela veja tudo. Tala recebe algo da fada e ela promete que vai curar sua mãe. Seduzida pelo comportamento caloroso e sorriso maternal da fada, Tala dá à mãe o antídoto. Mas o que primeiro parece curá-la, na verdade, faz exatamente o oposto, transformando a mãe de Tala em uma criatura sedenta de sangue em uma casa da qual eles não podem escapar adequadamente.

É difícil ignorar o paralelo com outra história sobre uma criança fazendo amizade com uma criatura misteriosa com intenções obscuras: “O Labirinto do Fauno” de Guillermo del Toro. Isso é especialmente verdadeiro porque há duas cenas aqui que parecem estranhamente semelhantes. Em um deles, Tala segue as instruções da fada para ajudar a curar sua mãe doente, assim como Ofelia faz no filme de del Toro. Em outro, a faminta Tala é presenteada com uma seleção tentadora de comida, e é praticamente impossível não pensar em uma cena lendária semelhante em “O Labirinto do Fauno”, onde Ofélia encontra o Homem Pálido.

Apesar dos momentos que convidam à comparação e do tema da inocência infantil que une esses filmes, “Na Pele de Minha Mãe” é uma besta muito diferente e muito mais assustadora. A câmera de Dagatan é hipnotizante, e este é um cineasta talentoso em criar um rico senso de atmosfera. Ele prefere planos amplos que mostram o imenso espaço onde a família mora, mas as composições impressionantes não examinam apenas grandes espaços – elas criam uma sensação de vazio indutora de pavor, com o espaço negativo sobrecarregando os personagens na tela. Esta mansão outrora ativa agora parece uma prisão.

Fonte: www.slashfilm.com



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