Resenha do filme Two Tickets to Greece (2023)

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Eles acabam em uma pequena pousada rústica. Feliz onde quer que esteja, Magalie dança alegremente no pátio (e sobre uma mesa), onde os outros convidados jantam. Em um momento muito doce, enquanto Blandine observa, ela vê Magalie não como ela é agora, mas como era quando eram amigas, imaginando dançar com ela como faziam no ensino médio.

O que eleva este filme acima do enredo usual de viagem que deu errado é sua exploração gentil do que liga as duas mulheres além de sua história. Este é um filme sobre como processar o luto: Blandine sobre a perda de seu marido e a vida que ela pensou que teria; Magalie sobre o trauma inicial tocou brevemente quando as mulheres finalmente falaram sobre o que as separou. Há um elemento de negação frenética na exaltação de Magalie e uma autopiedade prolongada na relutância de Blandine em seguir em frente. Isso vem junto com a introdução de uma terceira personagem, que atende pelo nome escolhido Bijou (jóia), interpretada pela atriz britânica Kristin Scott Thomas (“Quatro Casamentos e um Funeral”).

Bijou é amiga de Magalie. Quando os viajantes se encontram presos em outra ilha que não é Amorgos, Bijou os recebe na bela casa que divide com um artista grego chamado Dimitris (Panos Koronis). Ela compartilha a opinião de Magalie de que cada minuto da vida deve ser divertido, mas em um momento mais tranquilo, Blandine descobre que há perda e preocupação sob o abraço de prazer de Bijou. E também há compaixão. Scott Thomas faz maravilhas com esse papel, criando um personagem completo e complexo e adicionando profundidade ao enredo. É tanto pelo que ela vê em Bijou quanto pelas frustrações acumuladas da viagem que levam Blandine (significativamente renomeada por Bijou) a começar a ser honesta sobre seus sentimentos por Magalie. Três vezes no filme, vemos como Blandine fica desconfortável com a nudez, dela e de qualquer outra pessoa. Mas ela descobre que se recusar a olhar a deixou perdendo informações importantes e uma oportunidade de intimidade, não romântica ou sexual, apenas um entendimento compartilhado com outra pessoa. Magalie descobre que vale a pena diminuir o ritmo para prestar atenção em outra pessoa. Nestes cenários deslumbrantes, longe de casa, mostram-nos que uma viagem repleta de desvios inesperados pode acabar num destino melhor do que aquele que planeámos.

Agora em cartaz nos cinemas.

Fonte: www.rogerebert.com



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