“Brandon”, surge, não era Brandon, mas sim Brian MacKinnon, que tinha 32 anos quando se matriculou novamente em Bearsden posando como um aluno de 17 anos. Embora ele tivesse estudado na mesma escola no final dos anos 1970, nenhum dos professores reconheceu MacKinnon, que fez permanente em seu cabelo como parte de seu disfarce. A explicação do impostor ao diretor de que ele havia se mudado recentemente para a área, entretanto, foi aceita sem mais escrutínio após uma rápida verificação de endereço.
Os detalhes surpreendentes do ardil de MacKinnon – não revelados até 1995, um ano depois de ele ter passado nos exames de nível superior e começado a estudar medicina na Universidade de Dundee – o tornou famoso na Escócia, e o caso compreensivelmente pegou aqueles que apenas pensavam que o conhecia. Um desses colegas, McLeod fica principalmente fora das câmeras em “My Old School”, que entrevista mais de 30 de seus ex-colegas de escola e professores em uma tentativa triste, mas bem-humorada, de descobrir como todos eles poderiam ter sido enganados por um personagem tão ridículo. decepção.
Como resultado, “My Old School” muitas vezes parece tão calorosamente provinciano quanto uma reunião de classe, embora a análise do filme sobre o que aconteceu seja frustrada pela persistente mistura de perplexidade e desgosto de seus participantes. “A Bearsden Academy foi uma espécie de distorção do tempo”, diz uma aluna, Nicola Walker, sem tirar o sorriso do rosto. “Lembro que era muito antiquado”, acrescenta outra, identificada como Valerie.
O próprio McLeod muitas vezes parece satisfeito em rir de todo o caso. A animação é especialmente repleta de gags, como aquela em que o jovem/velho MacKinnon vai para a aula e se depara com instruções postadas no final de um corredor: uma aponta para História, a outra para Estudos Modernos. Também divertida, mas não reveladora, é a decisão de McLeod de colocar seus entrevistados em carteiras escolares, posturas apertadas e expressões desnorteadas, sublinhando a questão central de como MacKinnon foi capaz de realizar uma mascarada tão desconcertante e por quê.
“Era como estar atrás das linhas inimigas sem um inimigo”, MacKinnon conta orgulhosamente em um ponto, uma observação “My Old School” inicialmente não se intromete tanto quanto amplifica, fixando-se nos encantos hipnóticos desse intruso até que ele pareça mais mito do que cara. No início, a abordagem brincalhona e até nostálgica de McLeod se encaixa com os sentimentos de seus entrevistados, que lembram MacKinnon como um pato estranho, mas um herói popular. Mas o filme fica mais sombrio à medida que McLeod examina as memórias dos colegas de escola, trazendo à tona incidentes meio esquecidos e perguntas não respondidas. Sequências nas quais ele aponta inconsistências em suas lembranças – ou prova, usando imagens de vídeo, que a realidade das ações de MacKinnon era pior do que eles lembravam – marcam o filme em sua forma mais perturbadora e eficaz.
Fonte: www.rogerebert.com