O inferno é real, e é um bar em ruínas em uma remota cidade mineira, cheio de australianos bêbados e vagamente ameaçadores que não podem (ou não querem) aceitar um não como resposta. Hanna (Julia Garner) e Liv (Jessica Henwick) são duas jovens amigas que viajam pelo mundo, conhecendo os pontos turísticos do planeta em um esforço para ficar o mais longe possível de casa. Embora o que exatamente eles estão tentando fugir seja deixado como subtexto, o resto do filme atinge o rosto com tanta força quanto um instrumento contundente. Quando o dinheiro da viagem da dupla finalmente acaba, um emprego de última hora como bartenders em lugares distantes vem com a promessa de dinheiro rápido… desde que eles consigam lidar com um pouco de “atenção masculina” dos rudes moradores locais que, para para dizer o mínimo, não saia muito.
A diretora Kitty Green, que mais recentemente dirigiu Garner em “The Assistant”, revisita temas semelhantes de direitos e toxicidade em ambientes dominados por homens. Em “The Royal Hotel”, no entanto, a tensão e o horror inerentes a essa dinâmica assumem um tom muito mais literal, à medida que o que começa como piadas grosseiras, flertes abertos e assédio bêbado acaba se transformando em um pesadelo acordado. O dono do bar, Billy (Hugo Weaving), mantém os clientes mais rudes e desagradáveis na linha, mas até ele vem sobrecarregado com seus próprios demônios. Quando a descontraída Liv consegue se ajustar ao novo ambiente muito mais rápido do que Hanna, suas diferentes personalidades ameaçam criar uma divisão entre as duas amigas – em um momento em que elas precisam uma da outra mais do que nunca.
Angustiante, frequentemente desagradável, mas repleto de um senso de humor amargo e humor negro, “The Royal Hotel” vale mais do que uma estadia.
“The Royal Hotel” está atualmente em exibição nos cinemas e disponível para compra ou aluguel digital.
Fonte: www.slashfilm.com