“Holy Spider” é mais eficaz quando é de perto e pessoal, com imagens tremidas da câmera de mão criando um realismo aterrorizante que não pode ser escapado. Ruas mal iluminadas e quartos sujos estão a apenas um corte esmagador, e com uma vibrante partitura eletrônica que reverbera em todas as cenas, pinta uma imagem no estilo “Blade Runner” da cidade sagrada.
O realismo desgastado é pontuado por cenas que se encaixariam bem em qualquer filme de terror – cenas de Saeed rindo loucamente, iluminadas por baixo, lembram os primeiros slashers. Sua santa cruzada é propositalmente enquadrada para ser o mais horrível possível. Esses momentos nos mantêm no limite, aumentando a tensão como se não fosse tensa o suficiente.
E enquanto Rahimi rastreia e enfrenta o Assassino da Aranha, Abbasi monta habilmente um filme que passa pelo procedimento policial, pelo horror e volta para o outro lado. Saeed é um homem comum fazendo coisas horríveis. É a sua normalidade que torna isso ainda mais chocante. Mas não é aí que reside o verdadeiro terror…
O maior horror em “Holy Spider” não vem de Saeed, mas de um sistema de opressão feminina que permite que homens como Saeed escapem impunes. Seja um chefe de polícia lascivo, um serial killer ou um apostador forte, os homens em “Holy Spider” são amplamente cúmplices. “Holy Spider” ilumina os cantos obscuros de uma sociedade que encoraja seus agressores. Nesse sentido, o filme é essencial para assistir. Mesmo que seja completamente devastador.
/Classificação do filme: 8 de 10
“Holy Spider” estreou como parte do Festival de Cinema de Cannes 2022.
Fonte: www.slashfilm.com